Escultura "O Homem do mar" 400cm Ano 2004 Ilha da Madeira-Paúl de Mar-Sítio da Lagoa-Calheta Autores:António Mendanha, Vânia Mendanha e Nuno Mendanha

ESCULTURA"O HOMEM DO MAR" 400CM ILHA DA MADEIRA-PAÚL DE MAR-SÍTIO DA LAGOA-CALHETA
Evoca-se o preciso momento em que, de face para o grande oceano, num instante, perpassam na mente do marinheiro os grandes momentos da sua vida e da dos seus: espécie de filme instantâneo onde se entrecruzam todos os momentos marcados pela vida ou pela morte, pela alegria ou pela dor. Por isso, a pose é de desafio firme e, ao mesmo tempo, de respeito contido.
Apresenta-se nu, sem as roupagens da época, porque “ O Homem do Mar”, assim como o grande oceano, pertence a todos os tempos. Funde-se com o passado imemorial e com o futuro que há-de vir. Na sua carne apresenta as marcas do Tempo sem tempo, onde espírito e matéria sinalizam a sua condição. Vai ao mar, trazendo o mar consigo, numa luta permanente entre a vida e a morte. E é neste sortilégio que radica a sua força.
A corda da vida serpenteia sempre tensa, trazendo nas suas voltas o dom do tempo, onde o prazer e o sofrimento se entrecruzam. Como símbolo de tudo o que o prende à vida: a família, os amigos, a sua terra, não só de agora como de todos os tempos. E a mão no peito é sinal dessa paixão pelos seus e pelos valores que o norteiam.
De pé, perante o mar e a vida, perscrutando no azul do horizonte remoto os segredos e os mistérios do sagrado e do temporal, naquele instante/eternidade de suprema liberdade que acontece sempre no momento doloroso da partida. No passado, no presente e no futuro – assim será.
Agosto de 2004
Nuno Mendanha
Vânia Mendanha
António Mendanha